Após a abertura do nosso Especial de Halloween 2024, vou iniciar com uma discussão sobre livros clássicos do gênero terror. Falarei brevemente sobre cada obra, destacando dois títulos que, apesar de seu valor, não são frequentemente mencionados. E para os curiosos, estarei lendo Frankenstein ao longo do mês de outubro
1. Drácula – Bram Stoker (1897)
"Drácula", de Bram Stoker, publicado em 1897, é um dos romances mais icônicos da literatura de terror gótico. A obra introduziu o personagem Conde Drácula, que se tornaria o arquétipo do vampiro moderno, com sua mistura de sedução, horror e sobrenatural.
A história é contada por meio de diários, cartas e recortes de jornal, um estilo epistolar que confere à narrativa uma sensação de realismo. O enredo gira em torno de Jonathan Harker, um advogado inglês que viaja para a Transilvânia para ajudar Drácula na compra de uma propriedade em Londres. Harker logo percebe que seu anfitrião é um ser maligno e sobrenatural, preso em um castelo misterioso. Drácula, um vampiro com poderes sobrenaturais, planeja espalhar o mal em Londres, o que desencadeia uma luta entre o Conde e um grupo liderado pelo doutor Van Helsing.
O romance explora temas profundos, como o medo da invasão estrangeira, as ansiedades sobre a sexualidade reprimida da era vitoriana e a luta entre a ciência e o sobrenatural. Além disso, Drácula, como vampiro, simboliza um predador sexual e, ao mesmo tempo, uma criatura condenada pela eternidade.
Embora "Drácula" não tenha sido inicialmente um sucesso absoluto, ele ganhou grande popularidade nas décadas seguintes, especialmente após as adaptações para o cinema, teatro e outras mídias.
2. Frankenstein – Mary Shelley (1818)
"Frankenstein," escrito por Mary Shelley e publicado em 1818, é considerado o primeiro romance de ficção científica, embora também seja uma obra fundamental da literatura gótica e de terror. Escrito quando Shelley tinha apenas 18 anos, o romance explora temas complexos como a responsabilidade moral da ciência, a ambição humana e as consequências da busca pelo poder divino.
"Frankenstein" teve um impacto duradouro na cultura popular, sendo adaptado inúmeras vezes para o cinema, teatro e outras mídias. O mito da criatura de Frankenstein se tornou um dos ícones mais reconhecíveis da literatura e do cinema de terror, influenciando tanto a literatura de horror quanto a ficção científica por séculos.
3. O Estranho Caso de Dr. Jekyll e Mr. Hyde – Robert Louis Stevenson (1886)
O Estranho Caso de Dr. Jekyll e Mr. Hyde", de Robert Louis Stevenson, publicado em 1886, é uma das obras mais famosas de terror psicológico e ficção gótica. O livro explora o conceito da dualidade humana, retratando a batalha entre o bem e o mal dentro de um único indivíduo.
O Estranho Caso de Dr. Jekyll e Mr. Hyde" tornou-se um ícone da cultura popular e foi adaptado inúmeras vezes para o cinema, teatro e televisão. A história é frequentemente interpretada como uma alegoria sobre a luta interna que todos os seres humanos enfrentam entre seus desejos mais sombrios e suas obrigações morais.
A figura de Dr. Jekyll e Mr. Hyde tornou-se um símbolo da dualidade e do conflito entre as forças do bem e do mal dentro de cada ser humano, influenciando a literatura, o cinema e até a psicologia moderna, com o conceito da "personalidade dividida.
4. O Chamado de Cthulhu – H.P. Lovecraft (1928)
"O Chamado de Cthulhu" é uma das obras mais icônicas do autor de terror cósmico H.P. Lovecraft, publicada pela primeira vez em 1928 na revista pulp Weird Tales. A história introduz o conceito do monstruoso Cthulhu, uma entidade antiga e colossal, que dorme sob o oceano, aguardando o momento de despertar e trazer caos à humanidade.
A trata do medo do desconhecido, do oculto, e da pequena percepção que a humanidade tem sobre seu lugar no cosmos. Lovecraft se afasta do terror tradicional, onde o medo está em monstros ou assombrações visíveis, para criar uma atmosfera de inquietação e horror psicológico, onde o verdadeiro perigo está na revelação de verdades que a mente humana não consegue suportar.
"O Chamado de Cthulhu" é talvez o trabalho mais famoso de Lovecraft e ajudou a popularizar o Mitos de Cthulhu, um conjunto de seres e deuses antigos com poderes incomensuráveis. Esse mito influenciou profundamente a cultura pop, especialmente no gênero de horror e ficção científica, inspirando filmes, jogos, músicas e até mesmo novos autores que expandiram o universo criado por Lovecraft.
A figura de Cthulhu tornou-se um ícone da literatura de horror, representando o medo de um universo caótico, cheio de forças antigas e desconhecidas que podem destruir a sanidade e a vida humana. Essa obra continua a ser um marco na literatura de terror e uma referência no subgênero do horror cósmico.
5. O Iluminado – Stephen King (1977)
Não poderia faltar nessa lista o Rei do Terror da nossa contemporaneidade.
"O Iluminado" (The Shining), publicado em 1977, é um dos livros mais conhecidos de Stephen King e um clássico do terror psicológico. A obra explora temas como isolamento, insanidade e a influência de forças sobrenaturais, além de ser uma história sobre a destruição da família.
"O Iluminado" é amplamente reconhecido como um dos melhores trabalhos de Stephen King. A adaptação cinematográfica de 1980, dirigida por Stanley Kubrick e estrelada por Jack Nicholson, tornou a história ainda mais popular, embora difira significativamente em alguns aspectos da narrativa original.
O livro não só elevou Stephen King como um dos mestres do terror literário, mas também popularizou o conceito de terror psicológico em ambientes isolados. King posteriormente escreveu uma sequência, "Doutor Sono" (2013), que acompanha a vida adulta de Danny Torrance.
"O Iluminado" é uma obra de terror multifacetada que explora os horrores internos e externos, tornando-se um ícone da literatura de terror mundial.
