"Gleam" é o terceiro livro da série A Prisioneira Dourada, e preciso confessar: sou muito suspeita para falar dessa série, pois venho gostando bastante dos livros até agora.
Primeiro, quero destacar que a evolução da série é notável desde o primeiro volume. Em Gild, conhecemos Auren, uma personagem cega de amor por seu “salvador” Midas, o rei do ouro. Já em Glint, acompanhamos seu processo de libertação, à medida que ela começa a perceber o comportamento abusivo de Midas e se permite conhecer outras pessoas, como Degola, o soldado do Quarto Reino que a incentiva a se livrar das correntes que a prendem e a descobrir sua própria força. Em Gleam, Auren finalmente dá início à sua verdadeira jornada de emancipação, reconhecendo quem realmente se importa com ela e lutando pela sua liberdade.
Agora, um aviso: se você não gosta de spoilers, é melhor parar por aqui, pois é impossível discutir o terceiro livro sem mencionar eventos cruciais dos anteriores.
Gleam é o maior livro da série até agora, com 560 páginas. E Raven Kennedy não aliviou; depois de tantas reviravoltas nos volumes anteriores, ela nos deixa boquiabertos com um desfecho explosivo. Para aumentar o drama, ainda não há previsão para o lançamento do próximo livro no Brasil. Por que nos faz chorar, Astral Cultural?
Os capítulos são narrados alternadamente por Auren, Midas, Slade e Malina. Auren está elaborando um plano para se libertar de Midas, depois de anos sendo usada para transformar objetos em ouro. Dividida entre confiar em mais um rei – Slade, o Rei da Podridão, que já traiu sua confiança – ou desaparecer de vez, ela finge seguir as ordens de Midas enquanto trama sua fuga.
Ao longo da história, Auren confronta os abusos psicológicos e manipulações de Midas, ao mesmo tempo em que tenta fortalecer sua conexão com suas fitas e explorar a biblioteca para aprender mais sobre os feéricos. Além disso, há uma dívida não resolvida entre ela e a outra montaria, e juntas elas planejam escapar das garras do vilão. Os capítulos da Auren alternam entre o passado e o presente, com os eventos do passado sendo particularmente pesados – especialmente sua infância sofrida, quando foi forçada a mendigar e, mais tarde, vender seu corpo. Essas passagens são difíceis de ler, mas ajudam a explicar como ela encontrou Midas, que inicialmente parecia ser seu “salvador”.
Ele moldou quem sou hoje...Mas também o moldei. Escapei da minha gaiola dourada, e se quero continuar livre, terei de fazer uma escolha. O problema é que essa escolha se tornou difícil demais.
Sobre Slade, ainda não o conhecemos completamente, mas está claro que sua reputação de rei impiedoso é exagerada. Ele é, na verdade, uma figura protetora e leal a seu reino e aos seus soldados, a Cólera, embora estes não apareçam tanto neste volume. O grande diferencial entre ele e Midas é um segredo: Midas desconhece o fato de que Slade é, na verdade, Degola. Uma cena em particular envolvendo Midas e Slade me fez rir alto, quando Midas, completamente alheio, força Degola a fazer algo com Auren, sem saber que está com ciúmes da pessoa errada. Slade precisa ser muito estratégico nesse livro, e embora algumas de suas decisões sejam questionáveis, entendo que o sentimento que ele desenvolve por Auren interfere em seu julgamento, resultando em um final tumultuado.
Neste livro, Midas revela sua verdadeira natureza. Se ele já era desprezível, há uma revelação no final que me deixou sem palavras de tanto ódio. Sua ambição de dominar o Terceiro Reino após a morte do Rei é frustrada por seu próprio filho, que se torna um obstáculo inesperado. Além disso, ele traz do Segundo Reino uma personagem que promete causar muito tumulto nos próximos livros: a Rainha Kaila, cujo poder de ouvir sussurros a tornará uma adversária intrigante. Midas começa a perceber as mudanças no comportamento de Auren após seu retorno do Quarto Reino, e sua arrogância o leva a tomar medidas extremas para mantê-la sob controle.
A Rainha Malina, por outro lado, me decepcionou. Isolada no Sexto Reino, ela tenta colocar em prática seus planos de governar o que lhe é de direito, mas suas ações me irritaram profundamente. Ela teve suas chances, mas parece que desperdiçou todas. Agora, seu destino é uma incógnita, e só saberemos nos próximos livros.
Uma parte que me deixou frustrada foi a insistência de Auren em procurar pelas montarias que tanto a desprezam. Eu entendo que ela precisava manter contato com uma delas, mas a outra? Essa falta de amor-próprio me deixou impaciente.
O desfecho deste livro foi intenso, misturando emoções de euforia e tristeza. Auren comete alguns erros em seu plano de fuga e em seu relacionamento com Slade, e isso desencadeia uma série de eventos dolorosos, incluindo abusos físicos e mentais que marcaram o clímax do livro. No entanto, a vingança que se segue foi satisfatória, embora algo aconteça com Auren que me deixa sem saber como ela estará no próximo livro. Estou ansiosa pela continuação.
A escrita de Raven Kennedy continua envolvente, e embora a ação se concentre mais no final, fiquei vidrada do começo ao fim. As interações entre Auren e Slade são carregadas de tensão e química, e quando eles finalmente se entregam, é pura combustão. O livro contém apenas uma cena hot, felizmente, já que o foco principal continua sendo a fantasia, as intrigas políticas entre os reinos e a luta de Auren por liberdade.
É um livro excelente, e espero que os próximos três volumes mantenham a qualidade e não me decepcionem!
Avaliação: ★★ ★ ★ ★ ❤
Fixa Técnica:
Oi!
ResponderExcluirSó tinha lido resenhas do primeiro volume e gostei de descobrir como vai seguindo a jornada da protagonista nesses volumes, é uma premissa bem interessante!
Beijão
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